
O DILEMA DE AMAR
(CAPÍTULO 01)
Nos teus braços encontro o abrigo para suportar as ventanias que atingem minha vida de forma abrupta e inesperada. Ouço o assobiar do vento pelas frestas das portas e janelas, em meio à tempestade de verão que trás este vento frio, fazendo-me pensar no passado e ao segurar tua foto, que balança ao vento, me recordo do teu calor exalando na porta de minha casa; quando tudo o que eu mais precisava era você. Hoje estou com medo do escuro, do futuro e do presente. Infelizmente gostaria de não estar assim, mas estou infelizmente, pois fiz de você a base de meus sonhos, a âncora de minha existência no amor. Minhas velas não estão mais erguidas no barco que navega nos rios da vida e, já não tenho mais forças pra tanta coisa. Como desejaria uma chance pra recomeçar, sem marcas e sem feridas.
Eu sei que não é fácil desistir do coração, do passado que nos persegue, e nos prende, mas eu preciso prosseguir ir além dos limites dos mares, do horizonte, voar além dos céus. Esqueço-te num primeiro momento, mas logo em seguida, sua doce e algoz voz, me faz recordar de momentos bons ao teu lado e um sorriso maroto brota. Estou rindo como uma menina de 5 anos agora correndo e brincando com os amigos em beira mar , e se você sentisse isso, riria comigo agora, entretanto os nossos caminhos não são os mesmos e você é apenas a fotografia que balança ao vento em minha mão, e está marca que preenche o meu coração. Eu sei que não é fácil esquecer-se dos fatos e das pessoas que marcam a nossa vida e deixam registros em nossos corações, mas preciso te esquecer. Todos têm formulas pra esquecer o passado e a dor, mas nenhuma delas funciona agora, somente o tempo poderá agir agora. Na verdade ele, o tempo, é cruel comigo, já que ele parece parar pra me fazer sofrer.

Será que devo gerar expectativas? Mas se tudo acontecer novamente e eu me ferir, com o amor? Tenho medo de no fim alguém fazer do meu jardim, um ermo deserto, e isso me faz chorar agora. Entretanto, não posso me privar de amar e ser amada, pois não tenho domínio do futuro e ele pode ser construído, melhor dizendo, ele é construído por mim.
Os pensamentos de Julia, não permitem que ela retorne ao sono. Ela pensa muito em Tiago. As lágrimas escorrem por sua face, seu coração mesmo magoado pela ilusão, busca não se perder, não se escurecer em meio às inúmeras tentativas sem respostas, palavras sobre postas, razões que justifiquem, que amenizem, que limpem toda a incerteza que assola seu chão, outrora tão firme, tão cor de rosa. Quando ela se recordar dos sonhos desfeitos, seus olhos se fecham, mas o sono não chega, e uma noite de insônia lhe é presenteado pela longa madrugada dolorosa. Até quando sentirá todo esse tormento? Pergunta repetida como goteira que pinga. E o amor pra onde se foi? será que ele ainda existe e quando chegará?
Sua mãe percebe que ela está acordada, pois Julia ligou o som de seu quarto baixo pra ouvir algumas músicas, às duas da manhã.
- Filha, você ainda esta acordada? – diz a dona Ana ao abrir a porta do quarto.
Porém Julia tenta parecer dormir, mas o som ligado era um sinal que ela estava acordada pra sua mãe, que por morarem apenas as duas, elas se conheciam muito bem, e, dona Ana, senta na beira da cama e canta a canção de dormir, que sempre cantava quando Julia tinha cinco anos de idade.
Dona Ana estava separada de seu marido há dois anos, pois o seu marido era muito violento e a machucou muito durante o casamento. Eles discutiam e brigavam muito. Por isso Julia temia sempre amar.
Mas sua mãe depois que o seu pai saiu de casa, sempre conversou com ela sobre os seus erros e acertos no relacionamento com o seu pai, e, sempre pediu que ela não pensasse que todos os homens fossem iguais ao seu pai, e que ela conhecesse muito um rapaz pra só depois namorá-lo.

Recordei-me que certa vez dona Ana disse as seguintes palavras: - Filha! Você não sabe andar de bicicleta, mas se não tentar, por medo, nunca vai saber. O que você precisa é observar e questionar a quem já andou como é andar de bicicleta e ir com calma. O medo nos paralisa muitas vezes, mas precisamos tentar quando temos razões baseadas em fatos, se bem que com o coração toda razão se perde em meio à emoção que muitas vezes nos trai.
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BREVE o SEGUNDO CAPÍTULO do LIVRO.. DEIXE O SEU COMENTÁRIO....
3 comentários:
Caracaaaaaaaaaa, amei. Imaginei cada cena, esse fundo musical tá maravilhoso *-* Gustavo, esta de parabéns. Sexta que vem tô aqui de novo para acompanhar :)grande bj.
Envolvente! A composição das cenas, riqueza de detalhes .. a trama e o sentimento universal ( pois todos já passaram ou passam pelo momento de perca de alguém amado). Parabéns! Continue inspirado. E já aguardo ansiosa para os próximos capítulos.
confesso! chorei. ai, gostei mesmo; qro logo mais ... Super indico. PARABÉNS, GU!
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